quinta-feira, 1 de novembro de 2012

ANIMAIS DEFICIENTES - Esvaziando a bexiga de cães fêmeas!

Pessoal, tenho recebido perguntas de pessoas com animais deficientes que retém as fezes e/ou urina e como fazer para eliminá-los!
Realmente, é muito importante estar de olho nisso. Os excrementos não podem ficar retidos!
Se não está saindo espontaneamente, temos que fazer alguns procedimentos para esvaziar.
A retenção pode provocar sérias infecções (o que é comum nos casos deles), então devemos evitar o máximo possível.
Se você tem dúvidas se seu animal está retendo ou não, procure orientação veterinária, aliás, procure sempre, ele irá te orientar sobre tudo.
Como eu disse em outras postagens, o meu cão (macho) não retinha (ficava pingando o xixi e o cocô saía espontaneamente), ele tinha incontinência (o que, quanto ao prejuízo da retenção, era algo "positivo").
Voltando ao início, como me perguntam como faz para ajudar a esvaziar bexiga, resolvi dar uma pequena explicação sobre. É muito simples, mas tem que ter cuidado para não machucar o animal e dar tudo certo! Com o tempo, a gente pega o jeito e fica bem fácil.
Mesmo com o meu que esvaziava espontaneamente, à noite e quando eu podia, eu esvaziava, pois assim evitava de ficar pingando e ele ficava seco por mais tempo (até encher novamente e começar a gotejar de novo).
Bem, como meu cachorrinho era macho, eu conheço a técnica do macho, que é diferente da fêmea, naturalmente. Vou fazer um protocolinho do macho, mas por ora pedi uma ajuda para um amigo muito especial, o Gustavo.
Ele também teve uma dachshund (muito especial também), que marcou indelevelmente a vida dele e da família. Ela se foi este ano (assim como o meu dach), poucos meses depois, deixando muitas saudades e aprendizado (uma pequena parte da "prática" estamos aqui, dividindo com vocês).
Eu e esse amigo dividimos muitos (se não todos) os momentos com nossos cães. Desde a época que estavam saudáveis, até quando apresentaram as lesões na coluna, dividimos os medos, as preocupações, as esperanças, os anseios, as buscas incessantes na tentativas de tratamento, cura, reabilitação, na melhor forma de buscar o bem-estar para nossos pequenos amiguinhos. Foram longos caminhos até poucos meses atrás quando nos despedimos dos nossos cãezinhos. Muitas lições e muitas, muitas alegrias.
Aproveito a oportunidade para deixar minha homenagem para a July!
Suca e July, que vocês possam estar correndo livres - de cadeirinhas de rodas inclusive (ou sem elas, afinal nao devem precisar delas) - num lugar que mereçam estar!
Bem, voltando ao assunto que me trouxe aqui, a meu pedido, o Gustavo me mandou um protocolozinho muito bom sobre como esvaziar bexiga de fêmeas com paralisia (de membros posteriores, principalmente), de quebra tem outras dicas muito importantes.
Segue abaixo.
Se alguém quiser falar diretamente com o Gustavo, deixe um comentário com seu e-mail que coloco vocês em contato, ele ficará feliz em ajudar!
"A July, quando ficou paralitica, perdeu o controle nervural do "fazer coco e xixi", portanto ela sozinha nao fazia, como você sabe.

Quanto ao xixi:

No começo, não sabíamos lidar com a situação e o que aconteceu foi que a bexiga dexa encheu, encheu, ela ficou com uma barrigona e depois começou a vazar xixi sozinho, mas isso nunca conseguiu drenar todo o xixi.
O passo seguinte, juntamente com auxilio do médico Veterinário foi instalar um dreno via "periquita". 3 vezes por dia, íamos com um seringa e puxavamos o xixi via sonda. Foi assim por 1 a 2 meses.
O passo seguinte foi remover a sonda e massagear (apertar) a bexiga dela manualmente para expulsar o xixi. E era assim que fazíamos sempre, nesses últimos quase 4 anos que ela viveu assim.

Quanto ao cocô:
Dando ração de qualidade boa, a quanteidade de cocô já naturalmente diminui e fica com boa consistência. Desde o início, quando o instestino enchia, o cocô saia sozinho, e em quantidade razoável. Com o passar do tempo, nos "ajustamos" e a July também, assim sendo, toda vez que íamos "aperta-la" no banheiro para o Xixi, o cocô saia junto, em quantidade equivalente a ela fazer cocô sozinha.

Como fazíamos:
3 vezes ao dia, pela manhã ao acordar, cerca de umas 17-18hs e antes de dormir, levávamos ela pro banheiro, apoiávamos a "bundinha" / parte do tronco dela no vaso sanitário e "apertávamos". Depois disso, limpávamos com papel higiênico.
Ela se adaptou super bem, ao ponto de algumas vezes ela mesmo pedir pra ir ao banheiro quando estava na hora.

Dica:
Dar ração de boa qualidade, evitar dar alimentos humanos (coisa bem difícil com os comilões salsishas!). Deixar sempre muita água a disposição, pois muita água ajuda a urina não ficar muito concentrada e o cocô ter boa cosistência. Ficar atento para qualquer cocô mole ou cor da urina (evitar sistite, etc).

Riscos:
Vivendo dessa maneira, os riscos de infecção na bexiga / instestino são bem maiores. A parede do intestino tende a mudar de espessura, e infecções são muito fáceis de se proliferarem, devido ao animal depender 100% de ajuda para expelir. Infelizmente o que provocou a morte da nosso anjinho Juju foi uma infecção que se alastrou rapidamente, mesmo nós, a Juju e o veterinário lutarmos por alguns dias. Portanto, ficar muito atento para qualquer cocô mole ou xixi de outra cor.

Notas finais:
Depois de adaptada, tanto com o carrinho, quanto com a nova lógica de xixi e cocô, enfim, com a nova vida, a Juju viveu muito feliz nesses últimos 4 anos. Ela corria, brincava, fazia palhaçada e continuou a fazer de nós os donos mais felizes do mundo. Tudo o que fizemos por ela foi quase nada, se levarmos em conta o tanto de alegria que ela sempre nos trouxe. Paro por aqui, pois as lágrimas já me dominam. Desde o dia 19/Julho/12 eu peço a Deus que cuide bem dela e que aproveite a dádiva de estar perto dela."

July!
(Agradecimento ao Gustavo e Cristiane que mandaram a foto)

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