terça-feira, 26 de novembro de 2019

Minha cachorrinha voltou, porque o amor não morre!



Foi em 08/02/13 que perdi o amor da minha vida. Num pós-operatório decorrente de complicações da anestesia. Era tudo o que eu mais temia. Aconteceu.

A cirurgia, em si, foi bem sucedida. E ela ficou na anestesia.

Não vou me alongar na doença, nos temores prévios, até porque foi um longo tempo para superação.

Ela tinha 9 anos. Nós tínhamos uma ligação fortíssima, um elo transcedental. Eu, realmente, tinha pânico só de pensar nessa separação.

E doeu tudo mesmo. Doía por fora, por dentro. Sentia como uma labareda quente atravessando minhas veias do braço, como se fosse explodir tudo. Fui para o hospital.

(pausa para respirar...)

O luto foi profundo, intenso, pesado, difícil. Vivi todos os momentos da perda, da separação abrupta - ela não estava mal, vida normal.

Passei meses me arrastando para viver, trabalhar, comer, estudar.

Tudo escuro, sombrio, sem sentido, dolorido, dolorido.

Sempre tive outros animais, e eles foram meus fieis companheirinhos nessa jornada difícil. Mas cada um tem seu lugar no meu coração e nunca é substituído. São personagens diferentes na minha história, na alma e no coração.

Depois de um tempo, arrumei outra cachorrinha, parecida com ela. Sim, procurei uma parecida. Não foi rápido. Já fazia mais de ano.

E ela chegou. Com uns 2 meses, outra cachorrinha. Um cachorro sempre traz alegria para uma casa (e muito trabalho também, mas era o esperado).

Todo mundo, pelo menos uma vez na vida, deve conviver com algum animal. Com todas as responsabilidades que isso implica. E não são poucas. Além de serem super pedagógicas, mas esse é outro assunto.

Ela chegou nenezona, como qualquer filhote bagunceiro.

E foi crescendo, fazendo arte, arrumando amigos, arrumando briga, saudável como qualquer animal deveria se desenvolver.

O jeito dela era só dela. E cada animal é único, singular, tem sua personalidade individual. E ela, com as características dela.

Filhote até a adolescência tudo parece muito confuso. Como qualquer ser em desenvolvimento, ainda está experimentando a vida, os gostos, os perigos, apredendendo quem é, mesmo.

Mais tarde um pouco, a personalidade vai se definindo e vamos percebendo as peculiaridades de cada um.

E o tempo foi tão generoso que foi me mostrando que ela estava de volta.

(pausa pro fôlego...)

Por um trejeito ou outro, uma preferência aqui e ali, eu fui me dando conta que era ela! Não no mesmo corpo, óbvio, e nem em substuição à anterior, mas em continuação.

Tivemos outra chance terrena de continuar nossa experiência por aqui.

Olha que privilégio, que honra, que benção divina!

Até hoje, quando olho pra ela (neste momento, está dormindo aqui do meu lado), fico velando o seu sono e pensando que sorte eu tenho por tê-la aqui novamente.

Como se fosse um presente, um bônus de quem muito amou e nunca desistiu desse amor, nem quando a morte a separou de mim.

Ela esteve, sempre, tão viva em mim, que a presença dela se materializou novamente.

Amar vale a pena! O amor volta. Não morre.

Pode voltar com outra cara, outro corpo, outra matéria, mas nunca perece. 

É perene. É eterno.

Não estou dando nenhuma conotação religiosa de tudo isso, porque não é a intenção.

Mas há um fato interessante em que Chico Xavier reencontrou sua cachorrinha, Boneca, também de volta em outra cachorrinha, a qual ele reconheceu por reproduzir uma brincadeira de "procurar pulgas". As duas sabiam fazer a mesma coisa, sem terem se conhecido por aqui ou terem sido ensinadas. Chico percebeu que a Boneca dele havia voltado.

Eu, também, o mesmo cheirinho de amor, dormindo aqui do meu lado.

Obrigada, Deus, Universo e Amor Eterno!

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