segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PERDI MEU AMIGO CÃO - Cada animalzinho da gente que se vai leva um pouco de nos e deixa um pouco deles na gente!

Não sei se tem alguém que acompanha este blog com frequência, acredito que os acessos sejam de visitantes esporádicos e não de leitores fiéis, por isso talvez esta postagem-justificativa não tenha sentido algum para esses visitante, até porque ultimamente tenho focado em assuntos relacionados a galinhas e não cães.
Enfim, o assunto é familiar a muita gente, por isso que vir compartilhá-lo possa ser uma forma de dividirmos nossos ombros para chorarmos juntos e suportar a separação de nossos amigos fiéis.
Eu perdi uma companheirinha há 15 dias.
Não tive qualquer condições de vir aqui escrever sobre o mundo encantador da interação entre humanos e animais nesse meio tempo. Aliás, não tive condições de fazer muitas coisas, exceto as obrigatórias para sobreviver. E ainda não sou capaz de contar sobre a passagem dela sem chorar até soluçar e dormir de cansaço. Fica para uma outra hora.
Vou ser breve hoje.
Não é à toa que filmes com animais como "Marley & Eu" fazem tanto sucesso, lotam cinemas, emocionam a todos. Todo mundo já teve, tem, terá ou conviverá com um animalzinho nesta vida. E é impossível não se deixar seduzir pelos seus encantos. Cada um com o seu, com seu jeito, sua forma de interação (sim, todos a têm, mesmos aqueles que pareçam incapazes). Eles são capazes de derreter qualquer coração emperdernido, quando não operam outros pequenos milagres nas famílias, casas e pessoas que os acolhem.
Não têm linguagem verbal, mas a comunicação é perfeita, por meio de olhares, balanço de cauda, trejeitos, posições de orelhas, saltinhos. Quando você convive com um cão (vou me ater ao cão hoje), você sabe exatamente tudo o que se passa com ele. Não te ofende, não lhe fere, não te diz palavras ferinas, não te magoa, nem te chateia, incapaz de te aborecer a não ser por um par de chineloos comidos ou um saco de ração espallhado. Não foram poucas as vezes que um veterinário dizia "não, ele não tem nada" (diante de um exame clínico geral, por exemplo. Mas eu dizia, sim, algo está estranho. E, na maioria das vezes, estava mesmo. E a questão nem é discutir se o profissional se equivocou, não, isso daria outra postagem longuíssima que não vem ao caso. O fato é que a convivência, os vínculos muito ligados e  estreitos, a próxima relação faz da gente expert naquele animalzinho.
Um ser que depende da gente, que desperta todo instinto de proteção, cuidado, zêlo, está incondicionalmente do nosso lado, só pode fazer emergir do nosso coração a água mais pura que existe dentro de nós: o amor.
Um amor desinteressado, gratuito, incondicional, fiel, leal, puro, mágico.
Eu sempre gostei muito de animais desde criança e quando surge esses filmes à la Marley, as pessoas imaginam que vou correndo assistir. Não. Eu não assisti a nenhum.
E sabem por quê?
Por que eu vivi tudo aquilo lá. Certamente todas as cenas que as pessoas se acabam chorando já foram vividas intensamente por mim de uma forma ou outra, com um animal ou outro, numa situação ou outra. Não há catarse (purificar-se, libertar-se de sentimentos/emoções reprimidos). Não há aquela sensação de emprestar a história alheia para produzir e viver emoção própria. Não. Tudo aquilo (e certamente muito mais), eu já vivi na minha carne com os meus animaizinhos numa intensidade que tela de cinema alguma pode alcançar.
Sabe, meu primeiro cachorrinho viveu comigo por uns 13 anos. Ganhei-o quando tinha 11 anos. Era uma salsichinha ranzinha, mas especialíssimo. Ele se foi por problemas cardíacos. Acordou com dificuldades respiratórias numa manhã, não saiu da casinha, percebemos que ele estava partindo. Eu me pus a chorar e me neguei a assistir àquela cena final. Não fiquei com ele até o útimo suspiro. Quem fez isso por mim foi minha mãe. Anos depois (precisamente 2012), meu outro dachshund, já velhinho (14), adoentado, também se foi. Mas dessa vez foi diferente. Eu fiquei com ele até o final. Ele era aquele dach paralítico de quem tanto falei aqui no blog. Tivemos muitos histórias, lutas, batalhas juntos. E eu havia me comprometido (comigo e com ele) e desta vez eu não iria me acovardar, e iria com ele até o fim, por mais que doesse, eu teria força suficiente para estar junto na hora que ele mais precisaria. E assim foi. Acordei numa manhã, ele já estava bem malzinho, fui vê-lo e ele foi apagando nos meus braços. Foi preciso coragem, mas não foi aterrorizante como eu imaginava. Eu senti a paz e a leveza da missão cumprida. Sofri com a separação e a saudade, mas senti o ciclo se cumprindo.
Costumo dizer que, quando um bichinho nosso se vai, em especial um cãozinho companheiro, é um ciclo da nossa vida que se fecha, para dar início a outro. Aquela etapa da nossa vida que contava com aquela personagenzinha tão especial acabou, não volta, ficam as lembranças!
Mas, hoje, a minha tristeza é profunda, intensa porque a perda da minha cachorrinha foi um tanto traumática, do modo que não consigo reproduzir sem encharcar os campos de rosas que plantamos durante sua existência terrena.
Quem sabe quando as minhas lágrimas sejam suficientes apenas para regar essas flores sem afogá-las, eu volte sem tanta dor, somente com a saudade e o amor que ela deixou.
Fico, por ora, com a árdua tarefa de transportar a presença dela antes física na minha convivência, para o meu coração, eternamente.
Como diria o pessoal do Rancho dos Gnomos, voe livre, amor da minha vida!

Obs.: foram tantos anos cuidando dela e de sua saúde que inspirava cuidados especiais, quee ainda não me desapeguei dessas preocupações corpóreas. Assim, sempre peço que ela emita algum sinal para que eu saiba que ela está bem. Fui colocar flores no local onde ela foi enterrada, conversei com ela, meditei. Sai de lá, sentei ao lado de uma porta de vidro preto, não me dei conta, de repente, havia a imagem perfeita de (provavelmente) uma coruja que bateu no vidro. Parecia uma desenho e a ave parecia mesmo uma coruja que deve ter se confundido na escuridão e colidiu com a porta. A imagem era perfeita, a ave com as asas abertas, em pleno voo. Não havia rasuras no delineado, nem nada. Como se a ave apenas tivesse tocado na porta. Uma obra de arte. Se foi um sinal, não sei!

2 comentários:

  1. Olá amigo (a)

    Cães, gatos, galinhas, coelhos...

    Grandes amigos... companheiros eternos... almas encantadoras! Certamente deixam saudades e inúmeras lembranças em nossa memória. Dão significado a nossas vidas.

    Q o ciclo continue... outros animais certamente virão... e as alegrias tb...

    Grande abraço
    Shada

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    1. Shada, que bom revê-la!
      Realmente, cada animalzinho faz parte de modo especial em nossas vidas de modo insubstituível. Extrai da gente um amor puro que muitos desconhecem!
      É um privilégio conviver com esses seres, cada vez que um passa pela minha vida, ela se torna mais rica!

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