GALINHAS - Tudo sobre incubação articial, incubadora, chocadeira de ovos

A incubação artificial feita por chocadeiras requer condições especiais para produzir bons resultados. Não é fácil, nem simples, imitar a natureza. A melhor chocadeira sempre será a galinha. Mas é possível obter bons resultados em incubação artificial.

Período de incubação de ovos

O período de incubação de ovos depende de cada espécie, assim como das condições de incubação. Em regra, quanto maior o ovo, mais tempo de incubação. Segue abaixo tabela com período de incubação de algumas espécies.

Galinha - 21 dias.

Pato - 28 dias.

Ganso - 32 dias.

Peru - 28 dias.

Canário - 13 dias.

Esses períodos podem variar para mais ou menos dependendo das condições de incubação, sendo elas: temperatura, umidade, ventilação e viragem dos ovos.

Quanto mais profissional a incubadora, mais precisos e controladas as condições essenciais e favoráveis à incubação, por isso as grandes chocadeiras elétricas, para cerca de 3 mil ovos, dão mais resultados do que as caseiras e artesanais, cujo controle é mais difícil.

Para iniciar uma incubação, o ovo deve estar fertilizado (galado). Assim, ovos de galinhas que não convivem com galos são inférteis e não eclodirão.

Não há como saber se o ovo está galado sem quebrá-lo. Recomenda-se a proporção de 1 galo para cada 10 galinhas, para haver uma alta taxa de ovos fertilizados. Mais ou menos galos pode reduzir o número de ovos galados.

TEMPERATURA

A temperatura é a primeira condição elementar para que haja incubação, ou seja, o ovo precisa de aquecimento.

O termômetro é o instrumento que mede a temperatura interna da chocadeira.

Essa temperatura deve ser o mais constante e regular possível. Alterações, interrupções, variações de um grau para mais ou menos do valor ideal já podem iniciar processo de morte de embrião.

Enquanto em incubadoras industriais há um controle maior da temperatura uniforme dentro de toda a chocadeira, nas chocadeiras caseiras pode haver diferença de graus no interior da chocadeira, bem como inconstância durante as semanas de incubação.

Como dito, com uma mínima alteração de temperatura podem começar as perdas de embriões.

O próprio desenvolvimento do embrião produz calor. Nas chocadeiras industriais, esse aumento decorrente do desenvolvimento do embrião é compensado eletronicamente. Ou seja, se houver um aumento indesejado, e isso é medido constantemente, a máquina corrige a temperatura para que se mantenha no ideal.

Em chocadeiras caseiras, por não haver mecanismos tão precisos, é mais difícil manter a temperatura adequada ideal por todo o período de incubação.

A morte prematura de embriões pode decorrer de oscilação de temperatura. Havendo embriões mortos ainda não totalmente formados, há que se considerar a temperatura como fator de mortalidade.

UMIDADE

Tão importante quanto a temperatura, a umidade relativa do ar no interior da incubadora é fundamental para a eclosão dos ovos.

Há um instrumento chamado higrômetro que mede a umidade relativa do ar dentro da chocadeira.

Ovos perdem água durante a incubação e essa perda deve ser compensada com a umidade relativa do ar.

A umidade relativa do ar adequada para depende de cada espécie de ovo. Em geral, a umidade deve ser mantida a 60%, com aumento de 70% em eclosão. Porém, ovos de aves aquáticas exigem um percentual maior de umidade, acima de 80%. Por essa razão que não se aconselha chocar ovos de espécies diferentes ao mesmo tempo.

A umidade em chocadeiras caseiras é garantida com vasilhas de água ou tecidos molhados.

Entretanto, esse fator requer muito cuidado. A água evapora e precisa ser reposta, os tecidos secam. E, nessas reposições, há oscilação de temperatura, perda de calor.

O próprio ato de abrir a chocadeira para reposição de água permite golpes de ar de temperatura diferente, podendo provocar choque térmico nos embriões. Assim como há queda de temperatura ao se introduzir água mais fria que a temperatura interna. Tudo isso provoca oscilação de temperatura interna e, consequentemente, podem haver perda de embriões.

Incubadoras elétricas industriais que possuem medidores apropriados ajustam as variações sem que precisem ser abertas, diminuindo a chance de perdas. Já as caseiras precisam de reposição de água manual, via de regra, com abertura da chocadeira. A presença de portas externas para reposição de água seja necessário abrir a chocadeira reduzem a chance de perda por esfriamento. Ainda assim, não colocar água fria para evitar choque térmico. Colocar água em temperatura ambiente ou levemente morna.

Algo importante sobre as vasilhas de água é a atenção que devemos ter quando os ovos estão eclodindo. Vasilhas altas, com grande quantidade de água e fácil acesso dos pintinhos podem ser fatais, pois quando eles secam, começam a andar e, se caírem em vasilhas fundas, morrem afogados. Cuidado.

POSIÇÃO E VIRAGEM DOS OVOS

Para um melhor resultado, os ovos devem ser colocados com a base mais larga apontada para cima. Isto porque é nesse local que se localiza o saco aéreo, uma bolsa de ar importante para trocas gasosas do embrião e por onde o pintinho primeiro passa a respirar durante a eclosão.

A viragem dos ovos é importante para que o embrião não grude na casca do ovo.

Para uma boa eclosão, os ovos devem ser virados 4 vezes ao dia, à noite, não precisa. A galinha faz essa função naturalmente, e, na chocadeira, isto deve ser reproduzido.

Incubadoras elétricas fazem isso com timer. Em chocadeiras caseiras devem ser feito manualmente. E, como já dito acima, a abertura da chocadeira para viragem altera a temperatura interna, o que não favorece a constância da temperatura.

A viragem dos ovos deve ser feita delicadamente e em 90o graus.

Quando faltar três dias para a eclosão, a viragem deve ser cessada.

VENTILAÇÃO

Por fim, a ventilação interna da chocadeira deve ser adequada, até porque ela regula o calor e dissipa gases produzidos.

No mais, há necessidade de oxigênio para respiração do embrião. Uma chocadeira inteiramente fechada impedirá a entrada e oxigênio.

OVOSCOPIA

Durante a incubação, é possível fazer ovoscopia, isto é, uma técnica em que se ilumina o ovo num local escuro e observa-se seu interior.

Há postagem específica sobre ovoscopia no Blog.

Pelas mesmas razões de abertura da chocadeira, golpe de ar mais frio e choque térmico, recomenda-se fazer o mínimo possível, para evitar perdas.

Com três dias de incubação, já é possível observar a formação do emaranhado de veias fininhas como rios, o coração batendo num pontinho avermelhado e outro pontinho escuro, que é o olho. Com essa observação, pode-se garantir que o ovo estava galado e há embrião se desenvolvendo.

Ovos brancos com três dias de incubação ainda não devem ser descartados, pois eventualmente, ainda que seja raro, pode haver embrião ainda invisível via ovoscopia. Com sete dias de incubação, se não houver veias, ovo branco, vazio, neste caso realmente o ovo ou não estava fertilizado ou o embrião não se desenvolveu. O descarte é mais seguro.

Ao notar pintinhos mortos ou ovos podres via ovoscopia, o ovo passa a cheirar mal (literalmente ovo podre), é importante que esses ovos sejam retirados da chocadeira, pois ovos podres eliminam gases que podem prejudicar os embriões vivos em desenvolvimento.

Ovos com embriões saudáveis não exalam cheiro de podre. Há um cheiro característico de ovo, mas não de podre.

CAUSAS DE MORTALIDADE DE EMBRIÕES

Há muitas causas que podem levar a morte do embrião, desde anteriores à incubação, bem como da própria incubação.

A alimentação saudável, balanceada das galinhas é importante à saúde do ovo e embrião. Por exemplo, ovos com casca deficitária em cálcio prejudicam o desenvolvimento do embrião, tornando-o mais vulnerável a contrair doenças pela porosidade excessiva da casca.

Havendo morte de embriões, a causa deve ser investigada para ser corrigida.

Alguns indícios podem indicar a causa provável.

Pintinhos mortos ainda em formação pode indicar mais provavelmente má-formação, oscilação de temperatura, doença.

Pintinhos formados que não conseguem sair da casca pode indicar baixa umidade relativa do ar. A secura dificulta a saída do pintinho, que perde as forças e morre. Nesse caso, se o pintinho bicou a casca já e não conseguiu sair em 12h, ajude-o quebrando a casca mais um pouco. Não a retire inteira, apenas facilite.

Pintinhos nascidos com deficiência (não conseguem se locomover, patas, asas ou cabeça torta) também pode indicar que houve baixa umidade do ar, além de doença.

A higiene da chocadeira após a eclosão dos ovos e retirada dos pintinhos é muito importante para evitar contaminação de novos ovos a serem incubados. Há algumas técnicas de esterilização, dependendo do tipo de chocadeira. A fumigação (limpeza) com formaldeído é a mais comum. Todos os resquícios da incubação anterior devem ser retirados: casca, sangue, películas, fezes.