domingo, 8 de agosto de 2021

CÃES - Rafik, o husky siberiano especial

Vim contar para vocês a história do Victor e do Rafik.

Conheci o Victor pela Internet, pelos assuntos e interesses em comum em relação aos animais.

Já falei que tive um cachorrinho que perdeu os movimentos da parte traseira do corpo após uma lesão na coluna.

Ele veio pra mim adulto, 6 anos, não sei como foi a vida dele até então. Certamente, não foram tomados os cuidados necessários com um dachshund, que tem tendência a apresentar problemas de coluna.

Não foi possível reverter o quadro. Ele ainda viveu vários anos. E eu fiz o que podia para dar a ele uma boa qualidade de vida.

Foi uma experiência fantástica!

E, tendo vivido isso tudo, costumo me aproximar de histórias parecidas. E foi assim com o @rafikderodinhas.

Victor é o cuidador, tutor, amigo do Rafik.

Rafik nasceu há quase 2 anos, de pais também em companhia de Victor, que vibrou de alegria com a nova ninhada.

Entretanto, aos 5 dias de vida, foi percebido algo estranho. Ele não alcançava as tetinhas da mãe e foi ficando para trás, como se as patinhas traseiras não tivessem força para impulsioná-lo pra mamar.

Enquanto pesava 400g, o filhote mais pesado já alcançara 1kg. Passou a complementar a amamentação na mãe com leite canino via sonda, já que  mamadeira indicada pela veterinária não funcionava.  

Depois de uma longa luta, em Victor ficava muito mal ao chegar em casa do trabalho sem saber se ele estaria vivo, conseguiu fazê-lo chegar ao seu primeiro kg, e assim por diante.  

Foi feito raio-x da coluna, cujo resultado foi uma lesão, como se 
 indicou como se a coluna dele estivesse quebrada.

Recebeu acupuntura. Parecia que iria surtir efeito positivo.

Até que foi feita a tomografia, em consulta com um veterinário neurologista renomado em Petrópolis. O médico confirmou o diagnóstico de hemivértebra e má formação medular, e que o quadro não era reversível.

Victor que mora sozinho, trabalhava fora, possui mais outros 3 cães e 2 gatos cuidava como podia. Era extremamente desgastante chegar em casa e encontrá-lo todo urinado, assado e cheio de machucados. 

Rafik não se adaptou a nenhum tipo de fralda, não aceitava ficar sozinho, havia muitas dificuldades que levavam ao mesmo resultado: uma vida indigna para um cão.

Essa situação era terrível para Victor, que passou a sofrer muito emocionalmente ao ter que lidar com tudo isso sozinho.

Ele conta que Rafik exigia muito de uma pessoa sozinha, sustentando a casa, os animais e dando conta de todos os afazeres.

Em janeiro desse ano, 2019, devido problemas no trabalho (parte em decorrência dessa situação delicada, Victor perdeu o emprego. 

Chegou a entrar em desepero ao chegar e  casa, das poucas vezes que tinha que ir resolver algo, cogitou a eutanásia como solução (ai, meu coração!).

Chorou feito criança só de imaginar perder um cachorrinho pelo qual lutou tanto para sobreviver. 

Contou para pessoas próximas e no dia seguinte essa ideia voltou a ser não cogitável.

Seguem palavras de Victor a partir de então:

"Com tempo para cuidar dele, tento para buscar ajuda e informação, as coisas foram melhorando. 

Consegui sarar 100% dos machucados, das assaduras, dava banhos diários, aprendi a esvaziar a bexiga dele, ganhei a cadeirinha dele, fui me adaptando a vida dele. 
E minha força nunca esteve tão em alta para lutar por uma vida digna para ele, porém preciso pensar em meios de cuidar dele. 

Como falei, eu moro sozinho, nunca tive nenhum tipo de apoio de nenhum familiar, nem de 'amigos' para lidar com tudo que eu estava passando. 

Toda força que eu tive veio de pessoas que eu nunca vi, do instagram,  de perfis de outros cães. Por isso eu valorizo muito cada seguidor. 

Conversar a respeito, uma doação de coisas pra ele, a dica de como esvaziar a bexiga dele,  tudo isso fez toda a diferença na vida dele.

Se eu trabalhar fora eu perco todo o progresso que tive com a vida dele, afetando diretamente a saúde dele, to tentando soluções para trabalhar em casa e cuidar dele ao mesmo tempo.

Suas limitações atuais se resumem a não sentir e não ter controle de nada abaixo da sua patas dianteiras até a calda. Como se fosse da nossa axila até a ponta dos pés.

Ele possui reflexo medular, porém não sente nenhum tipo de dor, mesmo que aperte com toda força.

Eu alimentava ele com uma sonda, que eu colocava na garganta dele até a altura do estômago e na outra ponta, com uma seringa, eu administrava petmilk com vitaminas.

Rafik é capaz de urinar e evacuar o 2 sozinho, porém ele só faz xixi quando a bexiga dele já está cheia, ou quando ele o ato de andar na cadeirinha o estimula. 

Para evitar um futuro problema renal, infecção, eu faço o esvaziamento da bexiga por compressão 3 a 4 vezes ao dia. Muitas vezes também o estimulo a fazer cocô." (@rafikderodinhas)

Essa conversa com Victor foi no final de 2019, vejam as atuais de 2021:




... com a família toda.

Sigam lá @rafikderodinhas !






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